sábado, 15 de fevereiro de 2014

ANALISE - Lightning Returns: Final Fantasy XIII

UM BOM GAME E VALE A PENA ENTAO  FIQUE COM A ANALISE


PONTO FORTE

Não parece arriscado dizer que o sistema de batalhas de Lightning Returns é, de longe, mais rápido e elegante da série Nova Crystallis. Basicamente, em vez de tentar novamente flertar com batalhas em tempo real e em turnos, a Square Enix resolveu abraçar de vez os combates contínuos — algo bastante condizente com a atmosfera de urgência que trespassa toda a história.

Schemata


“Mas, como assim, não há mais uma equipe de personagens?” Pois é, agora há apenas Lightning — e uma eventual montaria Chocobo — sob seu comando. E isso é ótimo. Ok, à parte aquele subterfúgio do “ela deve realizar sua missão divina por conta” (?!), fato é que as possibilidades trazidas pelo conjunto de trajes e habilidades personalizadas — ao qual se dá o nome de Schemata — substituem com lucros toda uma equipe de heróis auxiliares.

Isso porque, basicamente, o belo sistema desenvolvido pela Square Enix transforma Lightning em vários personagens. Isso porque cada um dos padrões aqui contém ataques, indumentária, magia e barras de MP individuais — o que se reverte em inúmeras possibilidades estratégicas durante as batalhas. Além do que, trocar as roupas da protagonista de tempos em tempos deve atender o tipo de jogador mais... Fetichista.

Locações


Lightning Returns traz belas locações. Em vez de se apoiar em cidades e/ou mundos previamente explorados, a Square forjou aqui vários lugares pitorescos que, de fato, se tem vontade de visitar — mesmo que as texturas, em alguns pontos, deixem um pouco a desejar.

Dias e noites

Grande parte do senso de urgência de Lightning Returns vem da inescapável passagem do tempo. E para “materializar” a coisa ainda mais, há aqui alternâncias de dias e noites. Além das alterações estéticas óbvias — decorrentes da diferença de iluminação —, pode-se dizer que a vida pulsa de forma muito diferente de dia e de noite.


Dessa forma, enquanto há transeuntes aos montes de dia e os comércios têm todos suas portas escancaradas, de noite há certa desolação, assim como personagens suspeitos que se movem furtivos entre as sombras e por aí vai.


PONTO FRACO

Em Lightning Returns você precisa realizar missões secundárias para, em um esforço desesperado, salvar o máximo possível de almas que puder antes que a divindade mor do universo resolva encaixotar as coisas para a mudança (para um novo mundo).

O problema é que essas missões, em grande parte das vezes, são incrivelmente entediantes — coisas como fazer com que dois personagens separados por alguns metros se reencontrem ou sair coletando informações em quilômetros de diálogos aleatórios. Mesmo que parte da atmosfera leve de Final Fantasy seja devolvida nessas ocasiões, o que há, ao final, é apenas uma boa porção de “ossos do ofício”.


A agente da divindade

Lightning sempre foi uma personagem calada e introspectiva — sisuda mesmo. Mas não se pode dizer que lhe faltava humanidade, isso jamais. Bem, ocorre que a incumbência divina acabou por retirar grande parte do que havia de humano na protagonista — cujas emoções foram, de fato, retiradas pela deusa, a fim de “evitar distrações”.

E essa mudança de atitude é perceptível tanto nas novas quanto nas velhas relações de Lightning (basta acompanhar a sequência inicial com Snow). É verdade que a coisa de “fim do mundo” deixa tudo um tanto mais drástico. Só que isso não justifica a transformação da heroína em uma beata cegada pelo próprio senso de propósito.


SERA QUE VALE ?

A trilogia Nova Crystallis foi controversa desde o seu início. Embora jamais tenha falhado ao reacender o interesse em velhos fãs — arregimentando outros novos —, fato é que cada um dos jogos teve sua dose de inovações/alterações discutíveis — seja uma história excessivamente linear ou um vai e vem temporal capaz de tontear. Bem, o mesmo ocorre com Lightning Returns.

Embora traga um dos melhores sistemas de batalha de toda a série — sob a forma genial do Schemata —, o fechamento conferido pelo título acaba ameaçado pelo seu próprio senso de urgência diante de um mundo prestes a ruir. Com isso, ganha-se em propósito e movimento, mas perde-se em empatia e mesmo em tempo de exploração — o que é tornado ainda mais patente pela penúria de grande parte das missões secundárias.


Não obstante, conhecer o final da saga de personagens que já puderam atrair a atenção anteriormente, colocando-os à beira do abismo, certamente faz com que tudo valha a pena. Dessa forma, ignore os desvios de roteiro e as pontas soltas, abrace a bela jogabilidade de Lightning Returns e descubra como, afinal, deve terminar o drama de Lightning, Snow e Serrah.

NOTA - 7,5 - BOM

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